Artigo: Itaguaí a beira de um colapso econômico - O morador assistiu o crescimento, não participou do processo e só agora, num momento de incertezas, começa a ser lembrado!


A cidade de Itaguaí viveu nos últimos anos um verdadeiro "boom" de crescimento econômico. A ampliação do Porto de Itaguaí, a construção do SuperPorto Sudeste (Empreendimento da MMX) e, também, a construção da base da marinha e da fábrica de submarinos foram responsáveis por uma verdadeira revolução econômica com a injeção de milhões de reais nos cofres públicos municipais e indiretamente responsável por um "up" no comércio da cidade.

Desde o início, já se sabia que a cidade precisava se preparar para esse momento, desde obras de infraestrutura até mesmo a formação de mão-de-obra. A cidade simplesmente não fez sua lição de casa. As escolas técnicas foram inauguradas e tiveram suas primeiras turmas formadas já no final do processo, a cidade mostra-se pequena, em infraestrutura, perante o crescimento populacional e até hoje ainda não dispomos de uma faculdade ou universidade para formação de pessoal qualificado.

Como resultado, temos o pior quadro possível, onde aos munícipes está sendo reservado, via de regra, as piores colocações no mercado de trabalho local, os empregos de maior qualificação estão sendo oferecidos aos de fora da região, além dos moradores da localidade estarem disputando colocação de trabalho com trabalhadores de fora. O morador de Itaguaí não conseguiu se aproveitar financeiramente da totalidade desse processo econômico. Seja pela falta de qualificação, seja pela falta de políticas de formação que poderiam ser geridas pelo poder público local até aqui.

Outro ponto que não pode ser esquecido é que muitos trabalhadores, que participaram da construção desses empreendimentos, vieram de longe e estão se instalando definitivamente na cidade. Em um espaço de poucos anos, a cidade saltou de 90 mil habitantes para 110 mil, com previsão de até triplicar este número nos próximos anos. Uma massa de futuros (e atuais) desempregados, além de muitos Itaguaienses, mas também de uma grande parte de novos moradores provavelmente precisarão de ajuda do poder público para sobreviver se nada for feito agora para minimizar a questão de oferta de mão-de-obra na cidade.

Nesse momento, um novo fator surge para complicar ainda mais essa situação, as empresas do grupo EBX, incluindo o SuperPorto Sudeste, estão passando por dificuldades econômicas, nas outras empresas, o ritmo das obras está diminuindo, antes do esperado, em um processo que só se esperaria ocorrer para os próximos anos. A base do Pré-sal, prometida para ser instalada em Itaguaí foi pra geladeira, o comércio de nossa cidade já sente que o dinheiro está circulando menos.

Se esse processo de estagnação econômica se instalar na cidade, teremos grandes problemas na cidade. Com pouco dinheiro circulando no comércio e sendo arrecadado em impostos. Uma cidade superpovoada formando uma massa de desempregados e poucas ofertas de trabalho disponíveis. Certamente teremos graves problemas sociais e de infraestrutura, com uma prefeitura incapaz, pois o processo tornar-se-ia irreversível. Hoje, cabe ao mesmo poder público frear de maneira inteligente esse processo, para que a estagnação não se torne um colapso econômico. 

A cidade de Itaguaí tem tudo para crescer, mas para crescer de verdade, os moradores precisam usufruir um pouco de todo esse progresso. O local reservado para o morador da cidade não pode ser de mero espectador, deveria ser de protagonista, participando ativamente do processo. Infelizmente, o momento tornou-se menos atraente, mas se até hoje o itaguaiense viu-se pegando as migalhas, que daqui para frente pensamos melhor (governo e sociedade) nesse papel para poder também possamos ter acesso ao que está no alto da mesa do banquete.

Prof. Danilo Aguiar

5 comentários:

  1. Vc Danilo está de parabéns pelo texto escrito e pela sabedoria nas palavras. Itaguaí precisa melhorar!!! Estivemos um grande avanço, querendo um não na gestão passada, porém hoje só teremos incertezas de um governo que administrativamente não tem realizado, melhorias!!!

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  2. Realmente muitos dos que vieram pra trabalhar se instalam no município,mais infelizmente não votam aqui.Estão sendo contados apenas como moradores não como eleitores,ficou desproporcional .Só ganham mais não tem obrigação de eleitores,fato negativo para o município.Quanto a nova gestão o que podemos falar de positivo? Conseguiram tirar o ex-prefeito,mais realmente foi uma vitória ou o começo de um retrocesso do futuro em Itaguaí?

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  3. Funcionário de Itaguaí20 de setembro de 2013 às 09:42

    Sônia. Seu comentário culpa as pessoas que não votam aqui, mas se for culpar alguém, culpe os que votam, pois os que votam é quem elegeram a atual gestão e as anteriores. Se hoje tem muita gente que não mora aqui, é porque essa gente, em algum momento da vida, priorizou o estudo, se esforçou para que seus sonhos virassem realidade. Vamos parar com essa premissa de que o morador tem, por direito (sabe-se lá qual) ocupar as vagas na prefeitura. O concurso foi aberto a todos, nada mais democrático do que os mais capacitados ocuparem as respectivas vagas, e não por eu conhecer "a" ou "b". Trabalho na prefeitura, e os funcionários que mais se esforçam são, em sua maioria, os efetivos. O que eu vejo é nomeado faltando e arrumando atestado para não trabalhar.
    O concurso foi aberto a todos!

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  4. Concordo que deve haver uma política de qualificação de mão-de-obra, acompanhada de um projeto de crescimento sustentável, que deve primar por uma parceria saudável entre o poder público e a iniciativa privada,a onde devemos pensar não somente no hoje, mas trabalhar hoje por um amanhã que garanta a qualidade de vida dos munícipes e a fixação das pessoas que por ventura vieram ao Município para trabalhar e possam aqui permencer de forma a contribuir com o nosso crescimento

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  5. o habitante de itaguai como de alguns pequenos municípios se sente prejudicado com os que vem de fora mas se for parar para pensar quem os prejudicam são aqueles que finge ajudar com essa politica de bairrismo e que não os deixam vislumbrar um futuro para que nunca enxerquem o presente ruim em que vivem dependentes de favores em troca de votos.

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