PREFEITURA DO RIO bloqueia abertura da nova ponte de acesso a Itaguaí!


Prefeitura do Rio embarga a abertura da nova ponte de acesso para o município de Itaguaí

Uma ponte que, em vez de unir, separa. Há mais de 30 anos os moradores do entorno do distrito industrial de Santa Cruz esperavam uma nova ligação entre os dois lados da Avenida João XXIII, facilitando o acesso do bairro ao município de Itaguaí. Mas, desde que a ponte sobre o canal do Rio São Francisco ficou pronta, em julho de 2008, o acesso deles à via, de carro, está impedido, por determinação da prefeitura do Rio. Uma decisão que os obriga a dar uma volta de aproximadamente 9km, pela Rodovia Rio-Santos, para chegar ao município vizinho e aos empregos gerados por lá com a implantação do Porto Sudeste.

A nova ponte foi construída pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (ThyssenKrupp/CSA), ao lado de uma antiga, fechada há mais de três décadas, segundo moradores, depois de parte dela ter desabado. De acordo com a CSA, porém, a ponte da João XXIII (com estrutura reforçada para passagem de veículos pesados e com quatro faixas de rolagem) foi erguida, inicialmente, para atender exclusivamente às necessidades do empreendimento. Durante a construção da siderúrgica, 30 mil pessoas passavam diariamente pelo local - hoje, segundo a empresa, são cerca de dez mil trabalhadores por dia, para finalização das obras.


A ideia, no entanto, garante a CSA, é abrir a ponte ao público. O que não aconteceu até agora, segundo a empresa, devido a uma recomendação da CET-Rio. E aí se instaura um dilema: a abertura da ponte poderia romper um isolamento da região da João XXIII (em alguns pontos, nem linhas de ônibus regulares há), mas, como argumenta a prefeitura, poderia também desviar parte do fluxo da Rio-Santos para a estreita avenida, de apenas duas faixas, com muitas casas em volta.

Por isso, afirma a CSA, um ofício foi enviado à empresa em 9 de agosto de 2010 informando que, de acordo com avaliação da CET-Rio, a avenida não teria capacidade para suportar o tráfego gerado pela abertura da ponte, o que poderia causar um colapso no trânsito da região. Enquanto isso, quem mora ali perto continua prejudicado.


O motorista que segue de Santa Cruz em direção a Itaguaí pela João XXIII encontra uma grade na entrada da ponte, na Praça do Gado, bloqueando a passagem de carros. E aquele que sai de Itaguaí em direção a Santa Cruz também é impedido de passar, só que por uma guarita, com guardas. Cruzam a ponte apenas veículos credenciados da CSA, vindos da região de Itaguaí, num acesso direto para a siderúrgica. Moradores da região só podem atravessar os cerca de 200 metros da via se for a pé ou de bicicleta.

- Esse impedimento nos atrapalha muito. A ponte poderia nos levar mais rapidamente a Itaguaí. Mas, de carro, não podemos passar. E tem muita gente que trabalha do lado de lá, em outras empresas do distrito industrial ou em Itaguaí. Poderiam abrir a ponte pelo menos para quem é morador da região - diz o motorista e vigia Fernando de Araújo.

Proprietário de uma casa e de uma mercearia na cabeceira da ponte, o comerciante Nivaldo Marcelino lembra ainda que, para quem vive ali, ficam em Itaguaí alguns dos serviços públicos mais próximos, como cartório e hospital.


Economia da região também fica prejudicada

Com a ponte fechada, ou os moradores recorrem a Santa Cruz e Campo Grande ou dão a volta para chegar a Itaguaí.

- O acesso a Itaguaí pela ponte seria mais rápido e fácil. De van, que é nosso único meio de transporte neste trecho, estamos a 40 minutos do centro de Santa Cruz. Pela ponte, chegaríamos ao centro de Itaguaí em 15 minutos - disse ele.


O uso restrito da ponte também prejudica a economia da região, que tem, bem ao lado do moderno complexo industrial, plantações de aipim e coqueirais. Aristeu Bernardo Pereira, por exemplo, é agricultor na João XXIII. Para ele, o comércio de Itaguaí, embora tão perto, está longe de suas possibilidades:

- Com o caminho bloqueado, fico por aqui mesmo. Teria que dar um volta muito grande, que não compensaria. Essa ponte fechada divide o bairro. E nos separa de Itaguaí.


A CET-Rio reafirma que a ponte foi construída pela CSA para acesso à siderúrgica. Diz, no entanto, que foi possível estabelecer uma ligação com a João XXIII. Porém, como a avenida é muito estreita, é necessário o alargamento dela para suportar o aumento do volume decorrente da abertura da ponte a todos os motoristas. A Secretaria municipal de Obras confirmou que há um indicativo da CET-Rio para a ampliação da via. Mas essa possibilidade ainda está sendo estudada. Enquanto isso, a CSA diz que pretende doar a ponte (que custou à empresa R$ 18 milhões) ao município.

Segundo informações dos moradores, a ponte seria uma das medidas compensatórias à comunidade pela instalação da CSA na região. Isso, no entanto, é negado tanto pela empresa quanto pela Secretaria estadual do Ambiente, que concedeu a licença da siderúrgica.

4 comentários:

  1. Coisas do DUDU MALVADINHO!!! Somente ele poderia recusar um "presente" desse para a cidade.

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  2. É inacreditável que o motivo da não abertura do acesso a Itaguaí seja esse:"mas, como argumenta a prefeitura, poderia também desviar parte do fluxo da Rio-Santos para a estreita avenida, de apenas duas faixas, com muitas casas em volta.", Lamentamos que tal argumentação exista, pois, este acesso será opcional e vai atender aos deslocamentos para o bairro de Santa Cruz, claro que os que se deslocam para o centro do Rio, jamais usariam este acesso, por ficar menos confortável, além do que, é apenas um recibo de ininteligência, por parte da cúpula do Sr. Prefeito.

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  3. Desculpa esfarrapada! Hoje a Rio Santos esta com uma ótima infra-estrutura tendo em vista que foi duplicada.
    Quem vai trocar a Rio Santos pela João XXIII , cheia de quebra molas?
    Vamos facilitar a vida dos moradores!!!!

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  4. se a deesculpa é que vai ter transito na joao xxiii , tem quer fechar a ponte rio niteroi tbm , pois niteroi tbm nao comporta o transito do rio

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