Vereadores exigem explicações sobre deficiências na Saúde
Em requerimento enviado ao prefeito, parlamentares querem saber razões de problemas como adiamento de cirurgias e demora na realização de exames .
As deficiências no atendimento de saúde em Itaguaí, situação muito reclamada pela população, despertou a atenção de sete vereadores da cidade, que assinaram um requerimento de informações encaminhado ao prefeito Carlo Busatto Júnior, exigindo explicações sobre a demora na realização de exames, a inexistência de horários alternativos para a realização de procedimentos ambulatoriais e deficiências na Estratégia de Saúde da Família.
"A saúde é o ponto mais nevrálgico do governo", aponta o presidente da Câmara Municipal da cidade, vereador Vicente Rocha, um dos parlamentares que subscreveram o documento.
De acordo com a legislação, o prefeito Charlinho tem até 15 dias para responder ao questionamento dos vereadores. Os parlamentares querem saber, por exemplo, o que tem motivado o cancelamento de cirurgias por até quatro vezes, por que há pacientes aguardando até sete meses por uma cirurgia de hérnia e por que razão um exame essencial ao diagnóstico de casos de infarto, o de enzimas cardíacas, normalmente feito em 15 minutos, em Itaguaí leva até três horas para ficar pronto. Esse exame costuma ser recomendado a pacientes cujos sintomas, o eletrocardiograma ou outro elemento clínico, levantem a suspeita de um infarto do miocárdio. Uma demora mais prolongada no resultado, portanto, pode ser fatal para o paciente.
Dengue também preocupa
O vereador Vicente Rocha disse ao ATUAL que todos os problemas apontados no requerimento enviado ao prefeito têm origem no relato de moradores da cidade. Mas as preocupações dos vereadores vão além. Vicente Rocha suspeita, por exemplo, que os casos de dengue ocorridos na cidade não são registrados como da doença como estratégia para não inflar os dados estatísticos a respeito da epidemia.
Os sete vereadores que assinaram o requerimento manifestam ainda preocupação com o alcance da Estratégia de Saúde da Família. O programa atua na promoção da Saúde e prevenção de doenças. No entanto, a procura pelas unidades hospitalares e de emergência ainda é grande. A população continua a adoecer e às vezes com doenças que poder ser prevenidas com orientação e educação", relata o documento, ao indagar se há falhas a serem corrigidas.
Vicente Rocha acrescenta que as preocupações dos vereadores se voltam também para o funcionamento da UPA 24h, em razão das reclamações sobre falta de médicos entre outras deficiências. Vicentinho aproveitou para cobrar da Secretaria Municipal de Saúde investimentos num banco de dados sobre pacientes hipertensos e diabéticos da cidade, para que eles fossem beneficiados com a entrega de medicamentos em suas casas. Para o presidente da Câmara Municipal, outras providências necessárias para socorrer o setor é a viabilização de atendimentos de alta complexidade e os cuidados com moléstias epidemiológicas, como AIDS e tuberculose.
Ele acrescenta que a instituição de um consórcio entre os municípios da região seria uma alternativa para driblar carências como a falta de recursos humanos, como reconheceu o próprio secretário de Saúde, Carlos Graça, quando prestou esclarecimentos aos parlamentares. Segundo o vereador Nisan Cesar, para uma população que se aproxima de 109 mil habitantes só há quatro cardiologistas a disposição. "Falta um diálogo mais aberto com a população. O governo investe em asfalto e creches, mas não está tendo a visão de que a Saúde deve estar em primeiro lugar", conclui Vicente.
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