Série Especial: 4° Parte - Para quê não serve o ensino integral!

Essa é a visão de muitos alunos sobre a educação na modalidade integral,
cabe ao administrador público reflexão sobre o assunto!

Nessa quarta postagem da Série Especial: O ENSINO INTEGRAL na rede municipal - PROBLEMAS e PROPOSTAS para Itaguaí, faremos uma reflexão sobre o modo em que a administração pública vê e implementa atualmente seu programa de educação integral. Faço uma afirmação simples: Para quê não não serve o ensino integral! A resposta a essa indagação é complexa, veremos a seguir alguns fatos que merecem nossa atenção.

Primeiramente, partimos de um princípio básico: Quanto mais escolas adotarem a modalidade da educação integral, maior a verba que a prefeitura recebe da união para mantê-las. Claro que a prefeitura tem sua cota de investimento, mas grande parte absoluta dos recursos é federal. É um dinheiro nada desprezível. Muitos administradores veem esse recurso e a sua destinação como "commodities" político, desprezando completamente o fator humano relacionado a isso.

Antes de tudo, devemos lembrar aos leitores que os alunos não são animais e a escola não é um curral! O objetivo da educação integral não é manter os alunos dentro da escola, diga-se de passagem, a todo custo. Esse modelo de "creche" ainda não foi superado, a escola não pode ser apenas um depósito onde os pais depositam ali o aluno para depois receberem de noite. Afinal de contas, estamos falando de seres humanos que pensam e não com animais sem cultura.

Pouco se pensa no aluno em toda essa história! Imagina essa situação, onde o aluno precisa ficar de segunda a sexta num lugar onde, com ou sem aula, precisa ficar guardado lá oito (8) horas ininterruptas, muitas vezes sem qualquer tipo de atividade produtiva. O sistema atualmente em vigor na rede municipal de ensino parte do princípio que os professores e "oficineiros" NUNCA se ausentarão da escola, seja para alguma emergência, seja para as reuniões pedagógicas, que são comuns.

Mas, sem estrutura física ou mesmo sem equipe adequada, pelo qual motivo o administrador público promove uma escola comum, que é adequada a proposta pedagógica de ensino parcial para escola de ensino integral, sem estrutura nenhuma para tal? Será que o administrador público pensa nos alunos na tomada dessa decisão? Acredito que a decisão de transformar uma escola comum em escola de ensino integral tem critérios puramente políticos, infelizmente.

Quando falo em "commodities" político, refiro-me também a questão eleitoral, onde o político ou administrador público vomita pelas ruas, pelos eventos públicos e pelos comícios afirmando que abriu "x" escolas de ensino integral. Para os pais pode ser ótimo poder colocar o aluno de manhã e só recolher no fim da tarde, mas para o aluno? É interessante ficar num mesmo lugar várias horas sem nenhuma atividade ou nenhum objetivo para se superar?

Uma escola de ensino integral, sem laboratórios, sem conservatório, sem biblioteca, sem um auditório, sem ambientes diversificados e sem em infraestrutura para manter e atrair os alunos para dentro da escola não é escola, é um depósito humano! Não existe professor nem oficineiro que consiga realizar tal milagre! Tanto o aluno como o profissional da educação precisa de instrumentos para que todos realizem seus objetivos com maestria. As escolas de ensino integral precisam ser repensadas urgentemente.

Na última postagem da série, publicaremos várias sugestões para tornar a escola de ensino integral um lugar melhor para se viver! Essas propostas serão úteis aos atuais administradores e aos futuros administradores da educação em nosso município. O tema de amanhã é Propostas para melhorar a infraestrutura das escolas municipais, até lá!

Prof. Danilo Aguiar

Um comentário:

  1. Prof Danilo, acredito que realmente é preciso realizar uma grande reforma no ensino integral de Itaguaí. Como falar se na escola fazem oração todos os dias antes da entrada? Mesmo aprendendo que a educação deve ser laica....ops, será que só eu fui a aula neste dia?

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