Série Especial: 3° Parte - Para que serve o ensino integral?

Escolas de período integral devem ter ambientes que inspirem o aluno 
como biblioteca, sala de informática, ateliê para artes e outros...


Nessa terceira postagem da Série Especial: O ENSINO INTEGRAL na rede municipal - PROBLEMAS e PROPOSTAS para Itaguaí, farei uma pergunta simples, mas com o resultado muito complexo. Afinal de contas, Para que serve o ensino integral? E vou além, para que manter o aluno o dia todo na escola? A resposta para essas questões podem variar muito. Os pedagogos não se entendem a respeito, quanto mais os leigos, muitos inseridos na administração pública.

Originalmente, o conceito de ensino ou educação na modalidade integral está muito relacionada ao conceito de uma escola onde o aluno poderia passar o dia, para os pais poderem ir trabalhar com a segurança do estado no cuidado dos filhos. Ou seja, a necessidade estava atrelada a uma questão puramente social, ou paternalista, onde o estado responsabilizaria-se pela guarda dos filhos enquanto os pais exerciam sua função na sociedade, ou seja, trabalhando. Esse era o pensamento nos anos 80.

Naquela época, o aluno estudava normalmente de manhã e no período da tarde, o aluno passava todo período sendo entretido com várias atividades de cunho social, mas nenhum programa profissionalizante ou mesmo de incentivo a novas habilidades. A origem, meio e fim sempre foi o entretenimento, onde as atividades apenas serviam para transformar a unidade escolar numa imensa creche. Não conheço muitas histórias que se diferenciam desta interpretação.

A partir do final dos anos 90, com a nova retomada na economia do país, o conceito de educação integral passa por uma reformulação, onde as atividades propostas para a tarde, nas escolas com esse sistema, passaram a oferecer atividades que poderiam não apenas entreter, mas, de maneira pedagógica, o objetivo da escola com o aluno passa a ser: Formar, profissionalizar, e descobrir talentos que possam ser realmente aproveitados, como os esportes e a arte.

Por outro lado, qual a visão dos pais em relação a escola com educação integral ? De uma escola que poderá dar maior suporte para o crescimento intelectual, profissional e social aos seus filhos, ou apenas um depósito, ou creche, onde o filho é depositado lá de manhã e de noite, este mesmo filho volta devidamente alimentado...? Por incrível que pareça, muitos pais encaram a escola com modalidade integral como simples depósitos para seus filhos!

Um exemplo interessante pode ser da Prefeitura de Paracambi. Apesar de muitas unidades não possuírem escolas de modalidade no ensino integral, a administração daquele município oferece aos alunos do 8° e 9° ano um curso pré-técnico noturno na própria unidade escolar. Assim, o aluno ganha novas possibilidades com condições de concorrer ao ingresso em escolas públicas de referência como o CTUR. 

Ao meu ver, opções como essa, são muito mais viáveis do que um modelo pedagógico de entretenimento em formato de creche. Dois modelos importantes: Usar o ensino integral para formar, profissionalizar, descoberta de novos talentos ou oferecer condições para o aluno concorrer a vagas em escolas de referência. O ideal seria a Prefeitura de Itaguaí adotar os dois modelos. Na próxima postagem, abordaremos para que não serve o ensino integral, até lá!

Prof. Danilo Aguiar

Um comentário:

  1. Pré técnico a tarde e aos sábados, "ensinos modernos" como idiomas, informatica, pra´ticas de robótica , reforço escolar e leitura poderiam compor a grade de um ensino integral!!!!

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